sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Concurso Cultural Blog "Danilo Miedi"

Aqui vai minha pequena contribuição para o concurso cultural do nosso amigo Danilo. Valeu, malungos!

POEMA (Curto-circuito)

Temos aqui um negócio bem legal,
Chamado de "o concurso cultural".
Eu não sou poeta não, mas vamos lá...
Escrevendo vou vendo no que vai dá.

Disseram-me de várias virtudes
Que poderiam ser escolhidas aqui
Para concorrer pelas vicissitudes
Do meio social que mais uso, enfim.

Escolhi a poesia e vai lá saber
Se isso tudo aqui valherá o suor.
Pois escrever é ofício e prazer:
Dentre minhas virtudes é a maior.

Uma evolução no modo de viver
No meio virtual eu posso sugerir.
Isso que o novo orkut irá promover
É um salto do agora, sim, do aqui.

Escrevo nesta página com o intuito
De promover no senhores juízes
Um leve e agradável curto-circuito
Através das letras eletromotrizes.

Sentem um leve formigamento nas mãos?
Quero mostrar como é bom escrever.
Mesmo que seja para uma promoção,
Eu acredito que as letras tem poder!

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Rótulos. Cap. 2º: Nerds





"O cara Nerd de hoje é o cara rico de amanhã" Já ouviram essa frase? Pois é. Hoje o post é sobre Nerds. Continuando os posts sobre rótulos modernos que comecei. No capítulo anterior falei sobre o mainstream que é o rótulo dos tendencistas. Todos que avançam nas modinhas e que fazem parte da cultura pop ou de um estilo alternativo que entrou lá dentro é do mainstream. Você é parte do mainstream, eu faço parte e toda nação também. Qualquer dia, seja o alternativo mais esdrúxulo, ele será parte do mainstream. Ele não é só moda, é também idéias ou alvo de piadas e paródias. É o caso dos numerosos funks criados para vídeos na internet.

O nerd é uma criatura humana que se envolve com coisas modernas e difíceis e se aprofundam nisso a ponto de se tornarem experts até sobre assuntos completamente inúteis para a vida social. Porém hoje a coisa generalizou. Pode ser nerd qualquer pessoa que conheça muito tecnologia, ciência, mas também desenho técnico, filmes, games, música, qualquer disciplina de colégio, equipamentos e etc.

Os nerds de animes denominam-se "otakus". Eles sabem tudo sobre algum assunto relativo, só falam disso, agem assim e mesmo assim, não se consideram nerds. Ora, são nerds, pois hoje em dia se considera nerd "qualquer pessoa ou ser capaz de ser expert em algo que não faz parte da vida social". Porém isso não é completamente verdade, pois também é nerd aquele que conhece aprofundadamente orkut, msn, facebook, twitter, youtube e que hoje FAZ parte da vida social. Então, incluímos do rótulo pessoas que conheçam coisas interessantes à vida pessoal, mas está intimamente ligado com tecnologia avançada.

As crianças de hoje são nerds completos, mas quando crescerem parte vai sair dessa vida e mesmo assim outros da idade dela a terão considerado normal. Muitos dos nossos pais foram considerados "nerds" (se existisse o rótulo na época dos pais deles) pois sabiam mexer com a dificílima datilografia. Vemos então que esse rótulo é completamente subjetivo e muda de época para época. A percepção sobre o que é nerd é progressivo da geração mais antiga para a mais nova.

Os nerds "gamers" também não se consideram nerds. Porém conhecem aprofundadamente cultura inútil para a vida social. É interessante ver que o mainstream se interliga enormemente com o rótulo nerd, pois a vida social depende do que é tendência ou não nele. Se a cultura gamer se tornar de uso comum no mainstream então o nerd gamer passa desse rótulo para mainstream e se torna "considerado". A cada dia a cultura gamer se torna mais presente no mainstream, porém jamais poderá se fixar se não se tornar pop. É o caso de certos games como os do Mario e do Sonic que viraram pop e fixaram a cultura gamer sem por isso fazer uma pessoa que saiba que o Luigi é irmão do Mario seja rotulado de nerd. Os games de futebol no Playstation (carinhosamente chamado de Play) se tornaram pop no Brasil a ponto de tornar o console muito vendido e afastando o rótulo de nerd qualquer um que o tenha em casa e viva grudado jogando nele. Se antes ele era um nerd hoje já é "O cara do Pró evuluxion sóqui".

Os nerds dos anos 80 eram especialistas em tecnologia, sabiam hackear muito bem, especialistas em hardware e software de computadores, gostavam de Star Wars, Jornadas nas Estrelas, HQ americanas e sempre assistiam filmes como "A 1ª vez de un nerd" ou "Os nerds contra-atacam".

Os nerds do anos 90 já gostavam de Metal, conheciam a internet de um relance, participavam de torneios de xadrez, jogavam RPG, viam filmes cult ou trash, jogavam video-game em seus consoles (pois fliperama necessitava uma saída de casa e os nerds dos anos 90 tinham medo de gente), inventaram a pirataria moderna e ficaram cada vez melhores em hackear inventando maneiras cada vez mais disfarçadas de vírus como os trojans, em forma de powerpoints etc.

Os nerds de hoje em dia são muitos e têm habilidades incríveis. Estão na moda e é cada vez mais comum sermos nerds em várias coisas e nem perceber. Já não são rejeitados, lançam tendências, viram ícones, tornam-se desejados pelas mulheres interesseiras (provando que o nerd de hoje é o cara rico de amanhã), dominam os meios de comunicação e às vezes se disfarçam de outras tribos. Estão espalhados por aí e somente uma "laia" ainda salva as verdadeiras caracteríticas nerds: Os Geeks.

Geeks: Os loucos por tecnologia e que parecem os Nerds dos anos 80. Alguns até conseguem relacionar os Geeks com os aquarianos dos astrólogos, pois as características são incrivelmente as mesmas. Têm o pensamento à frente das outras pessoas, são excêntricos, aficcionados por tecnologia, curiosos e têm um raciocínio lógico aceleradíssimo.

Não podemos falar de nerds sem falar da linguagem deles. A maioria usa a escrita do £337(leet) que é a linguagem da "elite" da internet. A linguagem nerd é exclusiva da net e usada em blogs, orkut e fóruns. Porém muitas pessoas trazem para o mundo certos MEMES que são nada mais que frases, imagens ou situações ocorridas em fóruns ou youtube e que marcam. Um deles é o "Tenso. Muito Tenso" que surgiu no Brasil. Porém o mais mundialmente famoso é o "Fail" em Leet ƒ41£. Falar inglês é típico nerd. Falar MEME's é muito nerd, porém está se tornando pop (tão pop a ponto de aparecer na mídia aberta). Escrever em Leet requer um bom conhecimento no teclado ou pelo menos um dicionário Leet ( o qual eu usei aqui hehe). Os nerds normalmente não foram invetores do emoticons (isso é invenção dos alternativos dos quais falarei em outro post), porém usam direto em qualquer lugar. Se você utiliza saiba que está usando de uma cultura que não é nerd, porém está sendo assimilada por eles em meio a leets, MEME's e coisas do gêneros em seus textos no MSN, facebook e fóruns.


No próximo post vamos melar as coisas e sonhar um pouco. Será a vez dos Românticos na qual estão inúmeros grupos como os poetas, os músicos, os idealistas, os Emos, as mulheres e os caretas.
Até a próxima!





segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Rótulos. Cap. 1: Mainstream





Vou falar de coisas um pouco diferentes dessa vez. Temo ser um pouco mal-interpretado, mas faz parte da vida. Quero falar um pouquinho sobre os rótulos. Bem pouco mesmo. Mas não, não é o rótulo de produtos. São rótulos de gente.
Quem nunca foi rotulado? De chato, brega, rockeiro, materialista, invejoso... Enfim, coisas afins só por causa de uma ou duas atitudes. Assim, cria-se uma imagem pré-definida que é mais fácil de ser avaliada e refletida sobre algum adesivo pregado em você. É preferivelmente mais fácil falar que você é "algo" e dar já características para esse "algo" à priori, levando a pensarmos que todo rótulo vem seguido de um preconceito.

Os "posers", como são chamados aqueles que querem ser rotulados de uma coisa, porém na verdade apenas posam daquilo; são exemplos de non-mainstream que ousam vestir uma roupa do que não são a fim de receber os preconceitos, pois gostam da idéia de pertencer a algo. Alguns de nós somos posers de várias situações da vida e outras vezes fazemos isso inconscientemente(e inconsequentemente) e não de propósito.
Postarei vários rótulos ao longo das postagens. Entre eles o Nerd, o Romântico, o Frio, o Gay, o Crente e o Alternativo. Todos eles são rótulos utilizadíssimos nos tempos modernos e a maioria é desconhecida de sua essência.

Nessa 1ª postagem vou falar sobre um dos rótulos da modernidade: O mainstream.
Exatamente aquilo que é usual é um rótulo também.
Seguido pela maioria das pessoas que tem (e também pelas que não possuem) a mídia em sua vida. Nós seguimos o mainstream a toda hora de forma inconsciente e nos deixamos levar por modismos, músicas, livros, filmes e outras coisas que pelo menos o mundo inteiro conhece. O mainstream surgiu com a globalização, tanto que o significado dele só tem validade se tomarmos a comunidade humana inteira(com acesso a mídia)do planeta. Os que não a tem acesso são excluídos do conceito de mainstream e normalmente não participam dele.

É difícil imaginar que até uma criança do beco do escorrega mais profundo da periferia chinesa conhece "Poker face" tanto quanto uma australiana da cidade de Sidney. A realidade é que a cultura pop é um sinônimo para o mainstream, porém este não pode o ser para o pop, pois mainstream também é qualquer tomada de decisão ou reação sobre algum pensamento ou notícia em conjunto. Por exemplo, o que a maioria do mundo pensava sobre a eleição dos EUA? Não era em Barack Obama? Pois então. Barack Obama virou pop, porém a idéia da maioria sobre a vitória dele nas eleições americanas não é pop: É mainstream.
É de mainstream imaginar que uma banda famosa é rica e gostar dela por causa disso. Independe da banda ser pop ou não... Uma banda Indie fazendo sucesso é adequar ao mainstream esse estilo musical. Porém diferente do pop, o mainstream é exclusivo e mutante. É um monstro que faz oscilar as preferências do povo de forma muito sensível (às vezes por causa de um único vídeo no youtube ou uma música num filme)engolindo estilos alternativos, tornando-os pop e depois vomitando todos de volta às bordas do que é "moderno".

Muitos dizem que os donos da mídia é que controlam o mainstream, mas isso não é verdade. O mainstream é ultra-sensível a qualquer estímulo novo ou estranho. Os que fazem parte do mainstream é que geram as tendências que vão oscilar até cair em desuso. É o caso do Twitter. Não foi a mídia que o fez famoso. Na verdade ela começou a divulgá-lo depois que se tornou famoso no mundo inteiro. Algumas pessoas o tornaram tendência e foram percursores do que a mídia apenas sustentou. Quem cria é o próprio povo hoje em dia. A mídia apenas carrega até onde o povo disser: "Chega! Enjoamos já!".

Você pode ser rotulado de mainstream por todas as tribos existentes. Isso depende de quais tribos se fundiram temporariamente ao mainstream. Se From UK, Visual kei e All-star estiverem lá, dificilmente coexistirão dentro outros estilos de vida. Esses estilos ficam fora cá rotulando todos que estão dentro. Porém quando os que estão dentro forem rejeitados e postos pra fora, voltarão a ser "de borda" até uma nova onda onde eles terão suas características em "renew", gerando novas tendências. O mainstream existe há muito tempo, mas ficou mais forte com a globalização e o advento da internet.

Se você curte a série Crepúsculo desde o início, mas acha que hoje é mainstream, "modinha", então saiba que você é um caso que não se enquadra nele. É a Síndrome Underground. Sindromáticos underground odeiam o mainstream e odeiam ainda mais quando ele "abduz" seu gosto alternativo ou "de borda" para dentro do turbilhão da cultura popular. A síndrome underground não se relaciona diretamente ao mainstream, mas sim ao pop, pois idéias alternativas abduzidas para o mainstream parecem (estranhamente) sempre bem-vindas.

Na próxima postagem trataremos do rótulo Nº 2: Nerds.
Até a próxima!



quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Pássaros de Topázio

Pássaros de Topázio

F#7(b13)
Grandes momentos se fazem fazendo
F/G C7M
E se desconstroem pelo mesmo tempo.
D C#/D
Momentos são passagens de livros,
D A
Escritos a mais de mil anos atrás.
D C#/D
Páginas frias ou sangrias terríveis.
D A F/G
Folhas repletas de um amor e paz.
D C#/D
Momentos se escrevem todo o dia,
D A
Toda vez e cada nova precipitação.
D C#/D
Retratos de palavras em pura agonia,
D A Dm6 Cm6
Simples vontade de teletransportação.
F#7(b13)
Grandes momentos se fazem fazendo
F/G C7M
E se desconstroem pelo mesmo tempo.
D C#/D
Um vinho azedado do sofrimento fácil,
D A Dm6 Cm6
Papéis do passado, pássaros de topázio.
D C#/D
Memórias e fantasmas no meu cercado,
D A7
Vêm e voltam pelo universo do acaso.
D C#/D
Topam de frente com o rastro de fogo,
D A Dm6 Cm6
Queimam papéis premiados de um jogo.
D C#/D
Topam com as visões deixadas de lado
Dm7 F/G A7
Topázio, rocha do passado queimado.
F#7(b13) E7 E4
O amor diz ser essa pedra ao rubro,
F/G C7M
Rosa - avermelhado sanguinolento.
F#7(b13) E7 E4
A paixão fica sem nenhuma ignição,
F/G C7M
Apaga como vela aos bons ventos.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

MAIS frio que o Ártico

Eu sei que serei errado ou infeliz declarando que a morte se fez. A morte do meu eu caloroso. Se reviverá - vai lá saber- um dia?
Já fui muito bonzinho, muito educado, muito mártir, muito frágil, muito sensível, muito carinhoso, muito estranho, muito cantante, muito silencioso, muito mudo, muito secundário...
Mas um dia a decepção veio pelo que eu chamava sonho e o qual se desfez em pó. Ainda juro poder estar errado, mas prefiro ignorar. Quantas vezes um homem teve que ignorar o que não se podia explicar, ou até mesmo tentasse explicar, mas era mais doloroso do que permanecer sem dizer nada?
Foi assim. No momento foi dor, raiva, dúvida, lamento, chateação, desilusão. No seguinte a frieza e rudeza vieram tão de repente e de modo tão natural que eu permiti que essas se assentassem juntas a mim.
Foi como uma reação natural de um organismo debilitado. Um modo de me proteger e resguardar o que ainda não apodreceu dentro de mim. Por fora e por dentro estou cru, como um ovo esquecido no ninho da copa de uma árvore morta num inverno frio... Mas estou protegido. Isso que me consola.
Nada mais me desperta emoção. Nem boa, nem ruim. Pedi para que Deus pelo menos me despertasse emoção, mas isso não ocorre mais. Estou cheio e prestes a explodir, mas minha casca é tão rija que creio que me machucarei numa implosão.
O Ártico agora é minha casa e meu novo ser. Mesmo sem emoção eu ainda tenho sentimentos. Meu maior de todos é a esperança. Esperança de que um dia algo me abrace e me dê calor para eu crescer e sair dessa casca imunda. Eu perdi a alma, mas não o coração e tenho certeza de que Deus vai me dá um sopro de vida para que ela reviva, não para que eu seja feliz nessa terra, mas para que eu não desista de continuar por falta de ânimo. Ânimo é emoção e eu já não o sinto.
Minha esperança ainda não amadureceu para fé, pois é difícil ter fé sem emoção, mas isso é questão de tempo para entender. Eu entendo as coisas quando as sinto, somente assim. Espero que aconteça algo para eu sentir que a fé é mais do que uma alternativa: Seja um caminho.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Entre a idolatria e a fé

Porque a rebelião é como o pecado de feitiçaria, e o porfiar é como iniqüidade e idolatria. Porquanto tu rejeitaste a palavra do SENHOR, ele também te rejeitou a ti, para que não sejas rei 1 Samuel 15:23

Quem vencer, herdará todas as coisas; e eu serei seu Deus, e ele será meu filho.
Mas, quanto aos tímidos, e aos incrédulos, e aos abomináveis, e aos homicidas, e aos fornicários, e aos feiticeiros, e aos idólatras e a todos os mentirosos, a sua parte será no lago que arde com fogo e enxofre; o que é a segunda morte.


Apocalipse, capitulo 21 versículos 7 e 8

Que fé é essa?

Contra nós mesmos a redenção,
O mundo forja uma tal religião.
Rejeita-se a cultura, pois então,
Desse mundo do qual não pertenço.
Eu venço quando te nego.
Anti-social? Sou sim. Que bom ser.
Não me misturo com o social
Para que ele não me influencie.
Anormal, sou pouco absurdo de viver,
E ainda o mundo acha que estou só.
Estou não. Morrerei e não virarei pó
Já que tenho a benção da vida eterna.
É só seguir meu caminho sem cair.
Puxem-me! Vamos, puxem para vocês!
Eu quero desafios para ficar mais forte.
Que sorte, me arrepio de pensar no pior,
Pois o pior nesse mundo será meu trunfo.
Cordas, carros, pessoas, santas, gritos.
Fé? Que fé é essa? Sobre que dom se fala?
Não uso minha força para louvar errado.
O que é? Tenho te atingido? Tenho sido
Radical?
Legal. Isso é bom! Já estou forte
Então! Não preciso de religião.
Meu Deus é um só! E só a Ele louvarei!
Não serão imagens, nem danças,
Nem músicas que me farão achar
O que vocês fazem algo a seguir.
Esse sou eu.
A boca que louva a Deus
Não pode também louvar a demônios.
Saiam dos seus sonhos e desse mundo!
Minha verdade dói e fere muito.
Essa é a verdadeira verdade:
Dolorosa como a dor do parto.
De fato, poderia ficar calado,
Mas nunca mentir, jamais!
Entre o silêncio e a verdade dita
Prefiro revelar a verdade feito brasa
Que arde os pés e levantando a dor.
Pois covarde é aquele que sabendo
A verdade do Senhor, cala-se...
Perante essa tal sociedade.

sábado, 3 de outubro de 2009

Polêmica - Círio

Há um pouco tempo saiu num jornal veiculado na impressa paraense uma notícia sobre um veto da empresa de aviação TAM a um vídeo sobre o Círio. Bom... o vídeo seria transmitido durante os vôos por um espaço chamado "TAM nas nuvens", passando nas decolagens dos voos domésticos. A declaração da editora que é responsável pelos canais de comunicações de bordo da empresa aérea - uma demonstração o quanto o outsourcing tenta ausentar a culpa da empresa contratante - é que o vídeo possuía forte apelo religioso e por isso foi vetado - um eufemismo de censurado que foi criada depois que censura significou palavrão na ditadura militar brasileira - então se recomendou alterar o vídeo, sem imagens de berlinda, corda, Basílica e etc.
O Hangar Centro de Convenções foi junto ao produtor do vídeo os responsáveis pela idéia de negociar um merchandising turístico para o Pará. A própria presidente do Hangar ficou indignada.
Enfim, foi um erro ou um acerto a censura ao vídeo? Não devo ser parcial em minhas opiniões e sim analisar de forma fria e objetiva a situação- deixando para esses hífens a minha verdadeira opinião entremeada aos discursos mais imparciais. Pois se assim fizesse concordaria enormemente com a decisão de veto ao vídeo para exibição pública, mas não farei.

Nós temos que aceitar, queiramos ou não, sendo praticantes ou não, sendo católicos ou não, sendo contrários ou não, que o círio é uma grande manifestação paraense. Culturalmente enraizada e cheia de religiosidade - ou seja, prática sem consciência imediata, ou então praticada pela maioria como costume e não por fé, como o natal e páscoa que comumente estão relacionados com festas, bebidas, altas baladas e outras porcarias do tipo - ela tem uma importância econômica e cultural gigantescas. Considerada tão ou mais agregadora que o natal por estas bandas daqui.
Assim - apesar de toda a idolatria - a fé está representada de forma inegável pelas suas imagens da multidão, da corda, das ruas tomadas no centro e vazias na periferia, pela berlinda adornada de flores e coisas do tipo. Vemos aí o que o povo paraense significa ou representa ao Brasil, ou seja, a marca de personalidade da região para com os outros estados brasileiros.

A TAM pode e deve alegar que as imagens podem não ser tão bonitas e emocionantes - principalmente porque não são - para todos seus passageiros. Assim se mostra totalmente imparcial e laica. Ao mesmo tempo preconceituosa e culturalmente leiga. Preconceituosa, pois assim como o assessor de marketing do Hangar alegou, se a festa fosse original de outras regiões - fora o Nordeste e Centro-Oeste, menos DF, claro!- não teria sofrido censura. Mas será mesmo? De qualquer forma, o princípio empresarial de imparcialidade - ou seja, "vamos agradar a todos nossos clientes"- deve ser respeitado, pois acredito que a massa de não-católicos no Brasil não deve ser ignorada. A estimativa estatística do próximo censo do IBGE em 2010 é de para uma população total de 192.000.000, os de evangélicos seja 36.480.000, ou seja 19,0% do total. E isso é apenas a massa evangélica, sem contar os de outras denominações e os estrangeiros - totalmente fora do censo - que utilizam os meios aéreos da TAM. Os 19 % significariam de cada 228 passageiros - média de passageiros por comportação de aeronave- aproximadamente 43 passageiros seriam não católicos - o que já dá mais do a quantidade de meus colegas em sala numa prova do módulo Células e moléculas!

Temos que relevar o processo todo, pois a forma em que tratamos os clientes é bem diferente do que acontece em São Paulo. Nossas emissoras de tevê local ignoram completamente a massa da população paraense que não tem costumes católicos veiculando propagandas cheias de motivos do círio - às vezes sendo os produtores desses comercias nem tendo religião, mas promovendo-os apenas para abocanhar uma parcela realmente grande da população- e que acaba até por afastar essa crescente população não-católica. Mesmo assim, a grande massa é católica e a festa do círio consegue ser mais turística do que qualquer outra coisa - principalmente religiosa.

A realidade não pode ser tapada com a peneira. Vemos realmente no dia do círio a multidão mostrando na cara, no suor e nas lágrimas - sangue até- toda fé naquilo que elas acreditam com todo coração. Porém vemos também um dia antes disso uma parte dessas mesmas pessoas esperando o dia seguinte em festas, como a Festa da chiquita, famosa pela sua... erh... Diversidade de público. Mas também tem muitas outras como "véspera do círio na Casa de Reboco" ou no "Forró no Sítio" onde o motivo religioso se perde totalmente. Sem contar as "milagrosas" - merecendo umas aspas enormes-" Ressacas" em duas versões: Círio e Recírio; onde o povo que ali se manifesta dia seguinte, como por um milagre, está novinho em folha depois de ter passado pelo sufoco da corda para um forrozinho, uma caipirosca ou uma boa pegação.

Afinal, o círio que tinha uma motivação religiosa, perdeu-se. A cultura do paraense, aquele que se moderniza, está mais para uma coisa completamente do Mundo e nada mais que isso.

domingo, 27 de setembro de 2009

Responsabilidade


Sobre o amanhecer de nós mesmos está o futuro.
Eu tenho sobre os pés o próprio sol e a vida.
Responsabilidade nós presenteia com um cajado
E com incensos, perfumes, mirras, florestas...
Nós farda de alguma coisa que não temos muito:
Tempo. Oh, tempo! Torna-te grande para vê-lo
Ao longe. Longe torna-te pequeno para que possa
Andar sem suar ou machucar meus próprios pés.
Como poderei, ao lado da responsabilidade, ser
Feliz e ao mesmo tempo fazer todos felizes?
Não posso. Por isso existe a consciência minha.
Essa consciência que diferecia o tolo do sábio;
Torna estadistas aqueles que lhe tem de sobra.
Sobre o amanhecer dos outros está o futuro.
Agora vejo! Minha força está nos outros, sim,
E nela posso manter o sol sobre os pés e a vida
Sem queimar-me. Não queria tê-lo sobre as palmas,
Mas devo. Agora que sei que tenho consciência demais.
Não posso morrer sem usar minha consciência
De forma a manter o orgulho do que somos.
Não só como orgulho, vaidade, mas como fortaleza.
Acho que existe uma responsabilidade para com isso.
Eu não fujo, não me vanglorio, não usurpo a verdade;
Eu faço. E pelo fazer se conhecem os grandes homens.
Não quero ser um grande homem e sim fazê-los.

Por: Bruno Leal

De Bruno Leal a todos meus amigos Biólogos ^^

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Povo - Grei

A poesia a seguir mostra o eu-lírico lutando contra o que o povo acha certo. A opressão sentimental por amar da forma que ele ama causada pela coerção social é motivo de suas reflexões em toda poesia. Se ele estiver certo, saberá. Se não, também aprenderá. "Na terra de cegos quem tem olho é Rei". Logo, ele acha que todos estão errados e nessa esperança ignora o sofrimento.

GREI

Como pode ser viver nessa assombração?
Como pode ser viver sem qualquer noção?
Como pode ser vagar pelas emoções?
Como pode ser viver sem você aqui?
Como pode ser viajar de trem pelo mundo?
Como pode ser andar que nem um vagabundo
A te procurar, até numa floresta chegar,
E saber que ninguém vai poder lhe ocupar em mim?
Eu sei que será mais difícil a partir daqui.
Agora você já está fazendo parte de mim
E eu nem notei que a valsa já começou.
Serão noites e noites sofrendo de amor.
E quem disse que é preciso viver chorando?
E quem chora diz que não faz isso amando.
E quem disse que um dia eu viverei assim?
E quem vive não poderá sofrer por mim.
Só serão estradas que ainda não andei
O medo faz parte da arte que eu criei.
Em terra de cegos quem tem olho é rei!
Como pode ser não entender e só sonhar?
Como pode ser viver cercado pelo mar?
Como pode ser amar num relâmpago
Ou surto de paixão da cor de um trovão?
Cegos de amor é pouca coisa pra chamar
O modo de nós dois ver o futuro de amar.
Quem é rei não se faz presente aqui,
Quem enxergará um chão bom onde pisar?
E quem disse que é preciso viver calcando?
Quem calca se esquece de morrer amando.
E quem disse que um dia eu morrerei assim?
E quem morre não volta pra dizer que é bom, sim.
Quando dois cegos resolvem se entregar, é lei.
Vale à pena se arremessar às sombras, arrisquei.
Numa terra de cegos quem ama abandona a grei.

sábado, 12 de setembro de 2009

Milagre

Coincidência? Nunca acreditem nela. Se ela acontece é totalmente ao acaso.A lógica da coincidencia é nula.Mas o destino, com seu acaso, tem uma lógica cheia de subentendidos e de ilogias que só o coração e o espírito podem desvendar.A razão dá a última explicação.
Reeencontrei, sobre o acaso, uma pessoa muito especial na minha vida esses dias.Vou relatar porque e como:
Entrei na UFPA esse ano e não imaginava as coisas que aconteceriam comigo.Muito menos que conheceria ela. Foi ela que me despertou o dever que tinha comigo sobre meu espírito.E sei que também fui importante na sua vida.Queria reencontrá-la, contar pra ela tudo que me ocorreu durante esse tempo e que finalmente eu entendi o porque de nos termos separado.
Orei por dias a fio.Humilhei-me e clamei com todo minha força que precisava revê-la.A esperança tomou conta de meu coração e a fé me fazia pensar que por mais impossível que fosse, eu a reveria.E revi.Fazendo um curso perto do meu, na mesma universidade.
Milagre. Sim, foi o milagre do acaso.
Agora minha vida vai ganhar um novo rumo.Terei motivos para erguer a cabeça e acreditar no nosso futuro.Deus é tão bom comigo que não me leva nada que é verdadeiro.
Farei minha tatuagem para mostrar ao mundo que Deus existe e minha vida está sendo movida em direção dele e pronto!

Pois o homem desenha seu rumo, mas é o Senhor que guia seus passos.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Poesia virou música

Há um certo tempo me envolvi com uma pessoa de forma altamente espiritual. Achei que estava apaixonado tamanha era relação que tinha com ela. Hoje não sei por onde ela anda, pois apaguei todos contatos possíveis que podiamos ter já que alguns fatos muito complicados e inacreditáveis ocorreram entre nós. Num deles Deus havia nos dado respostas sobre nosso futuro e sobre o que ele queria de nós. A resposta foi praticamente que nos afastassémos logo.
Orei por um tempo para que nos reencontrássemos e poder selar o que realmente era o que sentíamos um pelo outro: Afinidade. Nada a ver com paixão. Era algo espiritual e puro. Porém nunca mais a vi.

Fiz uma poesia enquanto da época que ainda nos falávamos. Ela depois do ocorrido virou uma música, uma melodia. Ficou bem bonita, pois a fiz inspirado e cheio de sentimento.
Se estiver me lendo agora saiba que o que guardo de você em mim está postado na forma dessa canção. Deus te ilumine para sempre.

AFINIDADE


Eu sei que é muito mais
Do aquilo que a gente imaginou.
Pressinto uma onda chegando
A quebrar na praia e a lhe falar
Coisas que nem o mar ousaria
Discutir... Posso sentir a maresia
Invadindo o prazer de ser você
Porque é assim que me sinto.
É tanta afinidade, nada a declarar
E um mistura bela de noite e luar.
Sal na água e vida nos rios
É como uma valsa impecável.
Sei, meus dedos estão frios...
Você é quase que intocável.
É tanta afinidade, posso te jurar
E uma história prá nunca acabar.
Água com açúcar, beijo de mel
É passível de acontecer sim.
Como misturar mar com o céu,
Mas terei você perto de mim.
Duas fontes de energia e trovão
De lados opostos do mundo
Chocam-se para gerar a explosão

De um amor mais que profundo.
Você e eu temos tudo para viver
Com os pensamentos conectados.
É como criar um livro e depois ler,
Mesmo assim de olhos vendados.
Acredite, tenha fé que numa tarde
A solidão está com os dias contados.
Acredite numa infinda e forte amizade
Ou no conto dos eternos apaixonados.

domingo, 30 de agosto de 2009

"O amor me move: Só por ele eu falo"











Sim, bem típico de quem se completa por frases soltas. Só por ele eu falo... Falo o quê? Falo sobre a vida? Falo sobre mim? Sobre você, nós?

Para quem pensa que esse post não faz sentido digo imediatamente que ainda não olhou pra dentro de si. Você já fez críticas a seus próprios sentimentos? Já existiu um olhar por outras perspectivas vindo de você para dentro de si?

Dentro de nós há uma tempestade sublime, cheia de nuvens em todos os matizes da paleta de cores do seu monitor, com ventos silenciosos, um inquietante murmúrio das partículas de ar que carregam a informação de que vai cair água dos céus e sairão raios horripilantes das nuvens. Você, seu ego, está só numa praia onde só se vê areia, oceano calmo como vitrificado, e acima da sua cabeça, sustentadas pelas montanhas, ameaçadoras nuvens negras cheias de ódio, rancor e prontas para espalhar destruição. Você não pode correr para nenhum lado, pois num campo aberto como esse mesmo fugindo exasperadamente será atingido pelo primeiro raio que se direcionar à terra.

Mas você pode usar sua humildade e se esconder debaixo da areia. Essa que você pisa será sua salvaguarda durante os tempos de tempestade. É aí que entra o vento espalhando sua proteção para todos os cantos da praia deixando você frágil. Melhor não correr em direção à água, pois seu final não será bom. No momento resta apenas fugir do coerente e usar aquilo que todos temem em usar, pois parece pesar toneladas de encargo posterior: O espírito.

Nenhuma salvaguarda do seu próprio mundo pôde lhe proteger de seus sentimentos, mas a sua fé pode. Nela você se sustenta, pois ela não é um sentimento completamente; também é palpável quando você vê o que você sentia se concretizando. Mas ela sozinha não pode cessar a tempestade. Você ficará enclausurado infinitamente debaixo das asas a fé ou buscará viver sua vida e ver o sol surgindo por entre as nuvens magoadas e se embrulhar no calor da felicidade?

Aí que entra o amor. O amor me move e só por ele eu falo, pois ele encerra as tempestades mais terríveis que podem ocorrer dentro de mim. Essas causadas por pessoas, por situações, pelo medo, pela perda, pela doença, pela angústia etc. Se a tempestade surgir, use a fé como barreira e o amor como espada. O amor por mim mesmo, pelo os outros, pelo que tenho, pela vida, pela natureza, pela ciência. Só pelo amor eu posso continuar a caminhar pela estrada de areia, só por ele eu posso existir e me comunicar, contar a todos que sobrevivi à última tempestade me restando apenas duas coisas: A fé e o amor, mas o maior dos dois, é esse, é o amor.